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Na contramão dos principais mercados internacionais, que subiram em decorrência de dados positivos do mercado de trabalho americano, o Ibovespa --principal índice de ações da Bolsa brasileira-- fechou esta quinta-feira (14) em leve queda de 0,18%, aos 57.281 pontos.
Essa foi a terceira queda consecutiva do índice, que acumula perda de 2,16% desde terça-feira.
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O desempenho negativo do Ibovespa hoje foi bastante influenciado pelas ações do setor imobiliário, que tiveram as maiores quedas do índice no dia. Os papéis da Brookfield e da MRV Engenharia foram os que registraram as desvalorizações mais acentuadas, de 6,79% e 6,32%.
"O movimento das ações do setor imobiliário hoje reflete a percepção do mercado sobre os resultados dessas companhias. O ano passado foi ruim para elas e, conforme elas divulgam estes números, seus papéis negociados na Bolsa tendem a cair", disse Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.
Outro setor que também influenciou negativamente o comportamento do Ibovespa hoje foi o financeiro. As ações de grandes bancos caíram, como as do Itaú Unibanco, Banco Santander Brasil e Bradesco, que tiveram desvalorizações de 1,52%, 0,13% e 0,29%, respectivamente.
Os papéis desse setor reagiram à iniciativa da agência de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar sua perspectiva para seis bancos de menor porte --BicBanco, Fibra, Intermedium, Mercantil do Brasil, Paraná Banco e Indusval--, afirmando que o risco da indústria no setor bancário é crescente.
Do lado positivo do Ibovespa, as ações da Suzano Papel e Celulose lideraram as altas no índice hoje, após a mineradora Vale ter adquirido uma participação de 12,47% da Suzano nas usinas hidrelétricas Capim Branco I e II, que estão em fase de construção.
As ações da produtora de papel e celulose subiram 4,05%, enquanto os papéis mais negociados da Vale tiveram ganho de 0,8% nesta quinta-feira.
PETRÓLEO
As ações do setor de petróleo e gás também fecharam com ganhos. Os papéis da OGX subiram 0,84% e os mais negociados da Petrobras tiveram alta de 3,30%.
O avanço da OGX reflete o anúncio feito pela empresa na noite de ontem sobre a comercialidade de 3 campos de petróleo, todos no bloco BMC-41 na bacia de Campos, apesar de analistas não terem avaliado positivamente a operação.
"Esta declaração para alguns blocos numa área pequena (em comparação com a área total sob concessão) veio em linha com as nossas expectativas e com o que a empresa nos informou anteriormente", avaliou Oswaldo Telles, analista do Banco Espírito Santo.
Telles vê, contudo, essa notícia como negativa. Segundo ele, o anúncio mostra que a empresa está atrasada nos trabalhos de exploração na maioria dos seus blocos em ambas as bacias, que tem sido o centro de suas atividades.
"Além disso, o volume total de áreas com declaração de comercialização representam até agora apenas 19% do total de 6,4 bilhões de boe (barril de óleo equivalente) certificados para ambas as bacias, o que mantém a incerteza dos investidores quanto a se este volume certificado será atingido ou não", disse.
A OGX também submeteu ontem à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) os planos de avaliação de descoberta para seis acumulações. Na prática, isso significa o pedido de prorrogação do prazo para a exploração das áreas, que venceu ontem.
AÇÕES DE CONSUMO
As ações do setor de consumo oscilaram entre perdas e ganhos e fecham sem tendência nesta quinta-feira, após as vendas do comércio varejista terem crescido 0,6% em janeiro na comparação livre de influências sazonais com dezembro, segundo dados divulgados pelo IBGE.
Em dezembro, o setor havia registrado queda de 0,4%. Na comparação com janeiro de 2012, as vendas do varejo tiveram expansão de 5,9%. No índice acumulado em 12 meses até janeiro, a alta ficou em 8,3%.
Os papéis de Lojas Americanas, Lojas Renner, Natura, Hering e B2W caíram 0,37%, 0,78%, 1,65%, 1,73% e 4,47%, respectivamente. Já as ações mais negociadas da Ambev e da Arezzo subiram 0,9% e 2,37%, nesta ordem.
INFLAÇÃO E EMPREGO
Embora um indicador do mercado de trabalho nos EUA tenha mostrado que a economia do país segue se recuperando, trazendo maior otimismo em relação ao crescimento global, os investidores por aqui repercutiram negativamente a notícia de que o Banco Central prevê um período maior de aumento nos preços.
Integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, responsável pelas decisões sobre a taxa básica de juros, indicaram um risco de que as pressões de inflação podem não ser temporárias e exigem cautela.
Segundo a ata da última reunião, divulgada nesta quinta-feira, os preços mostram resistência e podem se acomodar em patamar mais elevado.
Diante do quadro, a autoridade monetária elevou as projeções para inflação para este ano e para 2014. Em todas as previsões, o nível é superior ao centro da meta estipulada pelo governo, de 4,5%.
Nos EUA, o número de americanos entrando com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, na mais recente indicação de que a recuperação do mercado de trabalho está ganhando força.
(ANDERSON FIGO)