Prefeituras de PR e PE preparam parcerias público-privadas para lixo
As prefeituras de Maringá (PR) e Caruaru (PE) preparam editais de parcerias público-privadas para serviços de coleta e tratamento ... Ler mais
Os confrontos ocorridos na noite desta terça-feira (11), entre policiais e manifestantes que pedem a revogação do aumento das tarifas de transporte público na capital, que terminaram com 20 pessoas presas, foram testemunhados por leitores da Folha.
Curta o Painel do Leitor no Facebook
Siga o Painel do Leitor no Twitter
Veja relatos de quem participou e quem estava passando perto dos protestos:
*
DECIDIMOS DEIXAR SÃO PAULO, DIZ LEITORA
A empresária Maria Cristina Vondrak relata ter vivido momentos de "terror" por volta das 22h de ontem, quando manifestantes passaram em frente a seu prédio, na alameda Joaquim Eugênio de Lima, na região da Bela Vista.
"Vimos passar uma multidão de homens jovens gritando, com pedaços de pau na mão vandalizando tudo o que viam pela frente, espalhando lixo pela rua. Estavam como loucos, totalmente fora de controle", contou.
Ela disse que os manifestantes só não colocaram fogo no lixo que estava na via porque a polícia os seguia, mas isso ocorreu em ruas próximas. "Os carros pararam e depois começaram a passar por cima dos vidros que se espalharam pela pista. Mais tarde, todos os porteiros dos prédios saíram de suas guaritas para limpar as ruas", disse.
Dona de uma empresa de traduções, Maria Cristina tomou então uma decisão drástica: "Hoje meu marido e eu tomamos a difícil decisão de sair de São Paulo. Não vamos ficar aqui sentados esperando pelo pior. Neste país, governo virou balcão de negócios. Os cidadãos pagadores de impostos estão completamente à deriva", desabafou.
*
VI PM ATIRANDO EM DIREÇÃO A MULHER GRÁVIDA, DIZ LEITOR
O administrador Felipi Freo, 26, faz questão de dizer que não tem nada contra a polícia. "Não sou de esquerda e, inclusive, já fiz vários concursos para entrar na PM. Mas o que eu vi ontem foi o resultado do despreparo dos policiais".
Freo, que estava na manifestação, divide o ato em duas partes: antes e depois de o grupo de cerca de 5.000 pessoas chegar à região do Parque Dom Pedro.
"No começo, a manifestação era completamente pacífica. Algumas pessoas, dentre as milhares que estavam lá, cometiam alguma depredação ou outra, mas eram reprimidas pela maioria. Chegando no parque Dom Pedro, fomos encurralados e a polícia agiu muita violência".
*
O jovem conta que os policiais controlavam o percurso da marcha com um cordão de isolamento, até que chegaram a um local onde não havia como seguir em frente. "Ficamos lá esperando para ver onde eles iriam nos direcionar, até que começaram o jogar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Eles atiravam na direção de quem não corria", relatou.
"Havia uma mulher que não fazia parte da manifestação. Ela ficou imóvel, gritando que estava grávida, mas o policial continuou atirando na direção dela. Só parou quando chegou perto e viu que era verdade. Escondeu a plaquinha com o nome e foi para outra direção", disse Freo, que não soube dizer se ela ficou ferida.
*
LEITOR VÊ VANDALISMO NA LIBERDADE
O leitor Paulo Henrique Miguel João conta que viu um grupo de cerca de 200 manifestantes passando pela praça da Liberdade, por volta das 21h30. Ele testemunhou atos de vandalismo.
"Eles destruíram as portas do Mc Donald's e quebraram os vidros de uma agência do banco Bradesco, com chutes, pedaços de madeira e barras de ferro", contou.
João diz que a polícia não estava local para conter os manifestantes. "A PM só apareceu alguns minutos depois e não houve confronto no local".
Paulo Henrique Miguel João/Leitor | ||
![]() |
||
Manifestantes danificaram porta de lanchonete na Liberdade, segundo o leitor Paulo Henrique Miguel João |
*
PARA LEITOR, PAULISTA ERA PRAÇA DE GUERRA
O representante comercial Renato Almeida Jr. contou que teve de passar por cima do canteiro central da avenida Paulista para chegar em casa com o filho.
"A impressão que se tem da avenida é de uma praça de guerra", disse, logo após deixar o local.
Para ele, também houve falha no policiamento. "A polícia está perdida e não consegue manter a ordem e o direito de qualquer cidadão em ir e vir pelas ruas próximas. Caos nesta parte da cidade".