Prefeituras de PR e PE preparam parcerias público-privadas para lixo
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SÃO PAULO - O Bradesco divulgou nesta quarta-feira, 27, lucro líquido contábil de R$ 2,702 bilhões no primeiro trimestre de 2011. O ganho é 9,5% menor em relação ao trimestre anterior e 28% acima do registrado no mesmo período de 2010. O crescimento anual foi puxado pelas operações de crédito, principalmente para pessoas jurídicas, e pela área de seguros.
O banco também informou lucro ajustado de R$ 2,738 bilhões, alta de 27,5% em relação ao ganho ajustado dos primeiros três meses do ano passado. A diferença do resultado contábil decorre de efeitos fiscais e provisões para causas cíveis, segundo o demonstrativo de resultado do banco. O retorno patrimonial considerando o ganho ajustado foi de 24,2%. Já em relação ao lucro recorrente, o indicador fica em 23,8%.
Os ativos totais do Bradesco fecharam março em R$ 675,4 bilhões, crescimento de 26,8% ante o mesmo mês de 2010. Já o patrimônio líquido cresceu 19% na mesma base de comparação, para R$ 51,297 bilhões. Neste trimestre, o banco fechou um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, o que contribuiu para aumentar o patrimônio. Já a margem financeira atingiu R$ 9,4 bilhões, apresentando um crescimento de 21,8%, em relação ao primeiro trimestre de 2010.
A carteira de crédito expandida, que inclui avais e fianças, cessão de crédito e antecipação de recebíveis, atingiu R$ 304,4 bilhões no primeiro trimestre, evolução de 22,6% em relação ao mesmo período de 2010. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 100,1 bilhões (crescimento de 16,4%), enquanto as operações com pessoas jurídicas atingiram o montante de R$ 204,3 bilhões (crescimento de 25,9%). A carteira de crédito no conceito normal (não expandida) ficou em R$ 287,4 bilhões, alta de 21% em 12 meses e de 3,8% ante dezembro.
Segundo relatório do banco, as reconciliações entre o lucro líquido e patrimônio líquido em 31 de março de 2011 são consistentes com os valores apresentados nas reconciliações de 31 de dezembro de 2010, feitas para a divulgação dos números no padrão contábil internacional IFRS.
Inadimplência
O índice de inadimplência do Bradesco, considerando os atrasos acima de 90 dias, parou de cair depois de cinco trimestres consecutivos de redução. O indicador fechou março em 3,6%, mesmo nível de dezembro de 2010, mas abaixo dos 4,4% do primeiro trimestre de 2010.
O indicador para pessoa física ficou em 5,5%, estável na comparação trimestral e com queda de 1,2 ponto em 12 meses.
Na carteira de micro, pequenas e médias empresas, o indicador teve pequena alta na comparação trimestral. Passou de 3,4% em dezembro para 3,5% em março deste ano. Mas quando comparado com março de 2010, ficou abaixo dos 4,4% registrados no período. O aumento dos calotes segue a expansão da carteira de crédito do segmento, que foi um dos que mais cresceu dentro das operações de empréstimo do Bradesco, com alta de 29% em 12 meses.
Com o aumento do crédito, de 21% em 12 meses, o Índice de Basileia do Bradesco teve queda na comparação anual. O indicador de solvência, que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer seu capital, terminou março em 15%. Em comparação a março de 2010, caiu 1,8 ponto. Já ante dezembro, houve aumento de 0,3 ponto porcentual, pois o indicador estava em 14,7%. O banco ainda tem indicador bem acima do mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%.
Frente ao cenário mais incerto no crédito, o Bradesco aumentou as provisões para devedores duvidosos. As provisões totais encerram o período em R$ 16,7 bilhões, alta de 5,7% quando comparado com o saldo de março de 2010. As provisões excedentes em relação ao exigido pelo BC mantiveram-se em R$ 3 bilhões.
A despesa de provisão para devedores duvidosos ficou em R$ 2,36 bilhões nos meses de janeiro a março de 2011, apresentando uma evolução de 2,8% ante o trimestre anterior. Em 12 meses, a expansão foi de 7,9%.
Crédito consignado
O Bradesco aumentou a compra de carteiras de crédito de bancos menores no primeiro trimestre. O estoque das operações adquiridas no empréstimo consignado fechou março em R$ 6,5 bilhões, alta de 9% ante dezembro e de 83% na comparação com março do ano passado. Somos bastante ativos nesse mercado, disse diretor-vice-presidente executivo e de Relações com Investidores do Bradesco, Domingos Figueiredo de Abreu, em teleconferência com a imprensa para comentar o resultado do primeiro trimestre do banco.
Abreu conta que, com as medidas macroprudenciais do governo editadas em dezembro para frear o crédito ao consumo, o Bradesco passou a comprar carteiras com prazo menor de empréstimos. A carteira total de crédito consignado do banco fechou março em R$ 16 bilhões, aumento de 40% em 12 meses.
A cessão de carteiras é uma das principais formas de captação dos bancos menores, mas desde a descoberta do rombo do Panamericano, em novembro do ano passado, essas instituições têm relatado dificuldade em fazer essas operações.
Sobre a perda do Banco Carrefour para o Itaú, Abreu disse que o Bradesco se interessou em comprar a instituição porque teria um novo canal de distribuição, formado pelos supermercados da rede francesa. Participamos da negociação e não conseguimos chegar a um bom termo. Nosso objetivo é ampliar os canais de distribuição de produtos, mas (o fato de não ter adquirido o banco) não muda nosso negócio. Vamos buscar outras oportunidades.
IFRS
O executivo do Bradesco explicou na teleconferência que o Bradesco divulgou os números do primeiro trimestre no padrão contábil brasileiro (BR Gaap) seguindo as normas do Banco Central. Segundo ele, diferentemente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exige os números em IFRS, o BC está adotando o padrão de forma mais lenta.
O banco vai divulgar os números acumulados no ano de 2011 no padrão IFRS e no BR Gaap, como fez com os dados de 2010.