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Influenciado pelo clima de aversão ao risco no exterior e com investidores digerindo a temporada de balanços, o principal índice da Bolsa brasileira fechou esta quinta-feira (31) em queda pelo quinto dia. O Ibovespa perdeu 1,84%, para 55.829 pontos. O volume financeiro foi de R$ 7,14 bilhões.
"O mercado de ações subiu muito no curto prazo e precisava realizar. Os investidores aproveitaram o dia para vender papéis e embolsar lucros", diz João Pedro Brügger, analista da consultoria Leme Investimentos. "Os dados fortes da economia americana somados aos fracos números do Brasil e ao default argentino só contribuíram para esse cenário pessimista", acrescenta.
No mês, o Ibovespa acumulou ganho de 5%. Foi a segunda alta mensal consecutiva. Para analistas, o movimento refletiu expectativas por pesquisas eleitorais, que devem continuar influenciando o mercado até outubro.
No exterior, as Bolsas americanas e europeias fecharam o dia em queda de mais de 1%. Na Argentina, o índice Merval despencou 8,39%, para 8.188 pontos, depois de o governo daquele país não ter conseguido chegar a um acordo com os credores que não participaram da dívida reestruturada. Segundo analistas, o calote técnico argentino não chega a representar peso extra para o mercado de ações brasileiro.
Para Roberto Indech, analista da Rico.com.vc, plataforma de investimento da Octo Corretora, o maior impacto se dará na balança comercial. "O real deve se valorizar ante o peso e o Brasil deve importar um pouco mais e deixar de exportar à Argentina, nosso maior parceiro comercial na América do Sul", diz.
Os resultados de grandes companhias brasileiras estiveram no radar. As ações da Ambev cederam 4,39%, para R$ 15,18 cada uma, depois de a fabricante de bebidas ter sofrido redução na margem de rentabilidade no segundo trimestre deste ano, pressionada pelo mix de embalagens no período.
Também no vermelho, os papéis preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras perderam 3,78%, para R$ 19,10. O desempenho, segundo analistas, reflete a expectativa por novas pesquisas eleitorais nesta semana. Já os ordinários caíram 3,69%, para R$ 17,99.
Os papéis do setor financeiro reforçavam o clima de cautela na Bovespa. O Bradesco viu sua ação preferencial se desvalorizar em 0,32%, para R$ 34,80, mesmo depois de ter divulgado aumento de 28,1% no lucro líquido do segundo trimestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado, para R$ 3,778 bilhões.
Em linha, o Banco Santander Brasil caiu 2,56%, para R$ 15,24, depois de o banco ter apresentado crescimento modesto na carteira de crédito do segundo trimestre, apesar de ter aumentado o lucro líquido em 5,35% no período, para R$ 527,5 milhões.
O banco também anunciou nesta quinta-feira uma parceria com o Banco Bonsucesso para ampliar seus negócios no empréstimo consignado.
A mineradora Vale registrou alta de 0,25% em seus papéis preferenciais, para R$ 29,18, após a empresa informar lucro líquido de R$ 3,187 bilhões no segundo trimestre, com preços menores do principal produto da companhia limitando ganhos. A empresa também informou que vê maior demanda por minério de ferro na China no segundo semestre. Já as ações ordinárias da mineradora subiram 0,33%, para R$ 32,55.
As ações da Embraer recuaram 0,23%, a R$ 21,55, mesmo após a fabricante de aviões informar um forte lucro de segundo trimestre, favorecida por redução de imposto de renda e aumento da receita com entregas de aeronaves.
A Embraer vê risco pequeno de não alcançar suas metas de performance neste ano após um lucro forte no segundo trimestre e uma perspectiva sólida para o fim do ano, afirmaram executivos nesta quinta-feira.
CÂMBIO
A forte aversão ao risco entre os investidores aumentou a demanda por aplicações consideradas mais seguras, como o dólar, pressionando o mercado de câmbio nesta quinta-feira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,50% sobre o real, cotado em R$ 2,27 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 1,42%, também a R$ 2,27.
O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swap (operação que equivale à venda futura de dólares), por US$ 198,5 milhões. Em seguida, promoveu dois leilões de linha em que ofereceu até US$ 2,25 bilhões com compromisso de recompra em 5 de janeiro e 3 de fevereiro de 2015.
Com Reuters