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SÃO PAULO -
Steven Horwitz, economista americano da escola austríaca, defende a abolição dos bancos centrais. Leia entrevista.
Por que o Federal Reserve não deveria existir?
Bancos centrais causam muitos problemas. Eles fazem com que fique mais fácil, para um governo, manter grandes déficits nas contas públicas, porque permitem ao Estado criar dinheiro extra. Um sistema competitivo sem um banco central funcionaria melhor porque produziria a quantidade correta de dinheiro, da mesma forma como os mercados são melhores do que um planejamento central para produzir a quantidade correta de sapatos ou alimentos.
Se o Fed não existisse em 2008, quem socorreria o mercado financeiro?
Se não tivéssemos o Federal Reserve em 2001, nós não teríamos que nos preocupar com 2008. Se tivéssemos deixado o mercado imobiliário se equilibrar por si próprio em 2006 e 2007, nós certamente já teríamos saído desta recessão. Em vez disso, o Fed causou todo tipo de problemas adicionais porque interrompeu o processo de ajuste que precisava necessariamente ocorrer.
Nós temos exemplos de que, quando não se tem um banco central, bancos saudáveis podem oferecer empréstimos para bancos problemáticos. No pânico de 1907, antes de o Fed existir, o banqueiro JP Morgan ajudou [outros bancos] emprestando sua fortuna pessoal. Bancos têm interesse em salvar uns aos outros. Mas, independentemente disso, não há nada de errado em um banco falir. Bancos que não trabalham direito têm que ir à falência. Se eles têm a expectativa de que alguém os socorrerá, eles não trabalham direito.
E quanto aos bancos grandes demais para falir?
O que existe são bancos grandes demais para ser lucrativos. Tão grandes que não conseguem administrar seus próprios recursos. Os bancos grandes demais para falir não são um fenômeno de mercado. Eles existem quando existem políticos dizendo: Nós não vamos deixá-lo ir à falência. Em um ambiente livre, isso não existiria.
Quem faria o papel de emprestador de última instância no lugar dos BCs?
A questão é se a gente precisa ou não de um emprestador de última instância. Se existe um sistema bancário saudável, isso não é necessário. As mesmas forças que sustentam o banco central como emprestador de última instância, com poder para criar liquidez a partir do nada, são as que causam os maiores problemas. Porque se você pode criar liquidez do nada para salvar bancos, então você também pode criar liquidez para gerar inflação e para iniciar ciclos econômicos. É um poder grande demais para existir.
Se não existisse um banco central, os bancos seriam mais cautelosos ao emprestar? Hoje nos EUA é possível obter financiamento imobiliário de 30 anos com taxas de juros baixas. Esse tipo de empréstimos não existira se não houvesse um BC?
O histórico sugere que o financiamento de 30 anos nos EUA é em grande parte resultado de uma intervenção do governo em taxas. Em outros países, você não vê um empréstimo de 30 anos com taxas de juros baixas e pré-fixadas. E em um sistema mais livre, sem um banco central, provavelmente você não veria um empréstimo com esse prazo e essas taxas.
Como seria a transição entre o modelo atual e o novo, sem bancos centrais?
Essa é uma questão muito difícil. Pode-se começar com o Fed transformando o dólar em uma moeda lastreada em ouro, de modo que os bancos possam produzir suas próprias moedas, também lastreadas em ouro. Então, lentamente, você faz uma transição, do Fed para os bancos, da prerrogativa de criar moeda.
Quem apoia o fim do BC nos EUA?
Essa ideia é surpreendentemente popular entre os jovens, pessoas na casa dos 20 anos. Não sei ao certo por quê. Pode ser cool ou pode ter algo de hipster em dizer: Ei, cara, eu acredito no fim do Federal Reserve, mas além disso eu acho que é uma reação aos grandes socorros a bancos. E há, também, um outro grupo que apoia: os economistas da escola austríaca, como eu.